sábado, 8 de setembro de 2012

Romances


                                              A Hora da Estrela


         Publicado pela primeira vez em 1977, ano da morte da escritora, A Hora da Estrela confirma o nome de Clarice Lispector dentre os maiores de nossa literatura. Diante da originalidade de seu estilo e da profundidade no enfoque de temas aparentemente banais, o leitor não tem escolha, senão ficar preso a um texto que o leva a exercitar a sua reflexão e apurar sua sensibilidade.
         A hora da Estrela tem como enfoque o imigrante nordestino desnorteado na grande cidade do Rio de Janeiro. As figuras da datilógrafa Macabéa e do operário Olimpo, cuidadosamente delineadas, são comoventes. Através deles revela-se a pobreza, “feia e promíscua” e a simplicidade de algumas vidas tão pouco interessantes. A narrativa nos enreda e nos leva mais longe do que a descrição realista do cotidiano inexpressivo de cada um deles. São questionados a fundo os valores da sociedade moderna, o papel social do artista contemporâneo e a própria existência humana.
        Para uma gama tão vasta de questões, Clarice Lispector coloca em cena a própria linguagem, moeda de comunicação entre os homens e matéria-prima do escritor. Pois é na linguagem que os confrontos se manifestam com maior nitidez e contundência. Indagando quanto ao lugar da palavra, o artista consciente poderá traduzir a penúria do nordestino e a incomunicabilidade a que este se vê sujeito fora de seu habitat sem, no entanto, roubar-lhe a identidade. É também na palavra que desemboca a reflexão sobre o sentimento de exílio que assalta o homem que se pergunta a que veio ao mundo.
        A Hora da Estrela transita entre a tragicidade e o esplendor da vida, entre a fragilidade e a grandeza do ser humano. Se Clarice Lispector enfrenta o tema solidão é para alertar quanto à importância do enfrentamento das desigualdades sociais e do enigma da vida. Assim, restituí á ficção o papel de imprimir novas perspectivas e novo sabor aos problemas e indagações que nos cercam.
         
Editora: Francisco Alves Editora/25ª Edição


                                Perto do Coração Selvagem 

       O livro de Clarice Lispector "Perto do Coração Selvagem", conta a história de Joana e sua transição de menina para adolescente, de adolescente para mulher, de esposa para amante. Ao ler esse livro, o leitor sente que Joana quebrou as barreiras da imaginação e perambula pelo mundo, em busca das respostas e verdades sobre sua vida.
        Joana tinha muito medo dentro de si e desejava ser livre, mas para conseguir essa liberdade nunca teria se ligado á ninguém. Talvez seu erro fosse querer ser livre, mas era com este objetivo que Joana iluminava sua matéria.
        O professor foi um personagem para sua adolescência foi o único que a compreendia, que conseguia enxergar seus medos e anseios, era o único que também queria uma alma livre.
        Otávio se casou com Joana mais por curiosidade do que por amor. Ele a achava inferior, era uma forma, portanto, de continuar a cometer seus pecados.Joana o amou a sua maneira, porém ninguém a compreendia, nem ela mesma.Joana sabia do relacionamento de Otávio e Lídia, mas mesmo assim se mantinha fria como se de nada soubesse. Ao revelar que desejava ter um filho de Otávio, ele não compreendeu: "tudo está quase terminado entre nós". Ela o abandonava, em todo momento o deixava só.Ele nunca a compreendera, eram duas almas que caminhavam e  falavam línguas diferentes. No momento em que ele descobriu que Joana descobriu a existência de Lídia e seu filho, ele a achou monstruosa, sem sentimentos.
         O relacionamento com o homem que a seguia foi rápido mas intenso.Ao se ver livre ela se viu envelhecendo, sozinha, com a sensação de que nada tinha vivido. Ela buscou de novo uma verdade, ela buscou novamente seus sonhos: "Tudo o que nos vem é matéria bruta, mas nada existe que escape a transfiguração".
         Quando lemos o livro "Perto do Coração Selvagem", por vezes nos perdemos e não sabemos se estamos lendo a história da autora ou a história de Joana, essas duas pessoas tornam-se tão próximas, são tão confidentes e intensas em seus sentimentos que a autora, a personagem e o leitor formam um.

8A
            
Sempre confusa, Virgínia entregava-se a uma relação apenas por inércia. Não parecia ter reais sentimentos pelo homem a quem se dava, ou, se os tinha, tudo assomava e submergia-se de forma ligeira. Envolvera-se com Vicente porque lhe fora cômodo, e de certa forma natural. Mas

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