Fluxo de consciência e epifania
O fluxo de consciência quebra os limites espaço-temporais, mesclando presente e passado, realidade e desejo, cruzando, simultaneamente, vários planos narrativos, sem a preocupação com a lógica ou a ordem narrativa. Isso faz com que o pensamento das personagens fique como que solto, livre das convenções tradicionais.
Outra característica da obra de Clarice é a presença de um processo epifânico. Esse processo pode ser debelado por qualquer fato banal do cotidiano: um encontrão, um beijo, um olhar, um susto. A personagem, mergulha num fluxo de consciência, passa a ver o mundo e a si mesma de outro modo. É com se houvesse, de fato, uma revelação e, a partir dela, a personagem passasse a ter uma visão mais aprofundada da vida, das pessoas, das relações humanas, etc...
De modo geral, esses momentos epifânicos são dilacerados e dão origem a ruptura de valores, a questionamentos filosóficos e existenciais, permitindo a aproximação de realidades opostas, tais como nascimento e morte, bem e mal, amor e ódio, matar ou morrer por amor, seduzir e ser seduzido,etc...
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